Riscos para pássaros em campos de petróleo no Alasca

Enquanto empresas de petróleo e gás pressionam para perfurar novos depósitos em lugares remotos, cientistas estão tentando medir e limitar o impacto ambiental de canos e outras estruturas em terras que antes eram selvagens.
Em nenhum outro lugar esse esforço é mais intenso que na planície costeira do Ártico do North Slope do Alasca uma faixa de terra aberta do tamanho do Estado americano do Maine, coberta de neve e gelo no inverno, mas um campo verde propício para renas e milhões de pássaros no verão.
Desde a descoberta de petróleo, há 40 anos, mil milhas quadradas da planície ficaram perfuradas por poços e entrelaçadas por canos. Em resposta a pesquisas sobre as renas, os canos foram elevados em 3 metros em centenas de lugares, para que os grupos de animais pudessem passar sem obstáculos.
Agora, um estudo avaliou, pela primeira vez, o impacto sobre ninhos de pássaros por parte dos predadores subsidiados - corvos, gaivotas e raposas que prosperam ao redor de latas de lixo, locais de ninhos e esconderijos proporcionados por campos de petróleo.
De 2002 a 2005, biólogos do Fish and Wildlife Service, dois grupos ambientais e duas empresas petroleiras monitoraram mais de 1.800 ninhos e descobriram que o risco para os passarinhos, o grupo de espécies que se empoleiram, incluindo pássaros que cantam, foi maior quanto mais próximo o ninho estava dessas estruturas. A maioria dos ninhos de passarinho monitorados pertencia à família dos Emberizidae.
Os maçaricos-das-rochas pareceram não enfrentar um risco maior, mas falaropos, quando medidos em conjunto, realmente sofreram mais perdas, disse Joe Liebezeit, biólogo da Wildlife Conservation Society e principal autor do estudo, publicado na edição de setembro do jornal "Ecological Applications".
Steven Kendall, ornitologista do Fish and Wildlife Service federal e um dos autores do estudo, disse que impactos sutis poderiam ser importantes, devido ao declínio de muitas espécies por causa da perda de habitat. Ele afirmou que as empresas deveriam continuar os esforços de sucesso para evitar que a vida selvagem tenha acesso ao lixo, ao mesmo tempo em que tentam projetar estruturas para limitar a formação de ninhos, o empoleiramento e o uso de esconderijos.
Bill Streever, autor e pesquisador que avalia questões ambientais para a BP Exploration, disse que a empresa estava comprometida a "melhorar continuamente a gestão da vida selvagem no North Slope".
(Fonte: Folha Online)

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