Cientistas descobrem que fóssil arquivado em museu de Londres é de um ancestral do tiranossauro rex. Achado mostra que o surgimento dos grandes répteis predadores ocorreu muito antes do que se pensava. Rodrigo Craveiro escreve para o "Correio Braziliense":
Desde a década de 1920, ele ocupava as coleções do Museu de História Natural, em Londres. Era apenas mais um entre os 9 milhões de importantes fósseis de dinossauros expostos no local. Quase 100 anos depois, uma tomografia computadorizada comprovou que, na verdade, o esqueleto "abandonado" trata-se de uma joia da paleontologia, uma peça capaz de ajudar a explicar a evolução dos gigantes répteis predadores.
A tecnologia permitiu a cientistas britânicos e alemães descobrir que o proceratossauro é o mais antigo parente direto do tiranossauro rex. O achado estende a linhagem do famoso animal até o Período Jurássico Médio.
"O tiranossauro, que viveu no fim do Período Cretáceo, é um descendente de uma linhagem separada de dinossauros carnívoros que habitaram a Terra por cerca de 100 milhões de anos. Apenas para comparar, a evolução completa dos primatas levou quase 60 milhões de anos", afirmou ao Correio o paleontólogo alemão Oliver Rauhut, da Coleção do Estado da Bavária para Paleontologia e Geologia, sediada em Munique, e coautor da pesquisa. O proceratossauro habitou o planeta cerca de 100 milhões de anos antes de seus parentes famosos.
O crânio do exemplar de proceratossauro esquecido nos armários do museu tem apenas 30cm de comprimento. "Ainda que ele seja bem diferente de seu parente posterior, mostra algumas das características típicas dos tiranossauros, especialmente na dentição e em detalhes do crânio", afirmou Rauhut, por e-mail.
"Isso indica que a técnica especial de caçada, que mais tarde tornou os tiranossauros tão bem-sucedidos na perseguição a outros animais, surgiu ainda no início da história dos répteis predadores, quando eles eram bem menores", acrescentou o cientista.
O proceratossauro media 3m de comprimento e pesava no máximo 60kg. "Ele era minúsculo, se comparado ao tiranossauro rex, que media 12m e pesava até 8t. O crânio do proceratossauro era mais alongado e geralmente mais fino, e esse animal tinha uma espécie de crista sobre o focinho."
Segundo Rauhut, o que torna o exemplar especial é o fato de ele ser o único espécime de tiranossauro do Jurássico Médio já encontrado. "Além disso, é um dos mais bem preservados crânios de dinossauro daquele período, em todo o mundo", observou.
Modo de vida
Ele explicou que o fóssil foi desenterrado durante a construção de um reservatório de água em Minchinhampton, no oeste da Inglaterra. "Foi uma surpresa quando nossa análise mostrou que tínhamos o mais antigo parente já conhecido do tiranossauro rex", admitiu Angela Milner, especialista do Museu de História Natural de Londres e autora principal do estudo.
"Os fósseis coletados um século atrás agora podem ser estudados com o benefício de muito mais conhecimento dos dinossauros", acrescentou a especialista, entusiasmada com o uso da tecnologia na paleontologia (veja outras pesquisas no quadro). "Esse é um espécime especial, o único desse tipo conhecido no mundo", comemorou Angela.
Com base na peça, a ciência já consegue inferir sobre o modo de vida do proceratossauro. "Era um dinossauro que se alimentava de animais de pequeno e médio porte. Assim como seus parentes posteriores, provavelmente usava a mesma estratégia de 'perfurar e puxar' (uma mordida poderosa era seguida pela remoção de carne e ossos por meio dos fortes dentes)", observou Rauhut.
A equipe britânico-alemã utilizou a tomografia computadorizada para produzir imagens de raios X e uma fotografia tridimensional dos restos do crânio, o que lhes permitiu estudar sua estrutura interna em detalhes. Os especialistas constataram que os dentes, a mandíbula e a caixa craniana do proceratossauro eram semelhantes às estruturas encontradas no tiranossauro rex.
Parte dos ossos estava coberta com rocha e teve de ser cuidadosamente limpa antes da realização do exame. "É um crânio muito frágil. Remover a rocha, especialmente ao redor dos dentes, foi uma tarefa delicada e demorada, feita com a ajuda de um microscópio", afirmou Scott More-Fay, especialista em fósseis do Museu de História Natural.
Desde a década de 1920, ele ocupava as coleções do Museu de História Natural, em Londres. Era apenas mais um entre os 9 milhões de importantes fósseis de dinossauros expostos no local. Quase 100 anos depois, uma tomografia computadorizada comprovou que, na verdade, o esqueleto "abandonado" trata-se de uma joia da paleontologia, uma peça capaz de ajudar a explicar a evolução dos gigantes répteis predadores.
A tecnologia permitiu a cientistas britânicos e alemães descobrir que o proceratossauro é o mais antigo parente direto do tiranossauro rex. O achado estende a linhagem do famoso animal até o Período Jurássico Médio.
"O tiranossauro, que viveu no fim do Período Cretáceo, é um descendente de uma linhagem separada de dinossauros carnívoros que habitaram a Terra por cerca de 100 milhões de anos. Apenas para comparar, a evolução completa dos primatas levou quase 60 milhões de anos", afirmou ao Correio o paleontólogo alemão Oliver Rauhut, da Coleção do Estado da Bavária para Paleontologia e Geologia, sediada em Munique, e coautor da pesquisa. O proceratossauro habitou o planeta cerca de 100 milhões de anos antes de seus parentes famosos.
O crânio do exemplar de proceratossauro esquecido nos armários do museu tem apenas 30cm de comprimento. "Ainda que ele seja bem diferente de seu parente posterior, mostra algumas das características típicas dos tiranossauros, especialmente na dentição e em detalhes do crânio", afirmou Rauhut, por e-mail.
"Isso indica que a técnica especial de caçada, que mais tarde tornou os tiranossauros tão bem-sucedidos na perseguição a outros animais, surgiu ainda no início da história dos répteis predadores, quando eles eram bem menores", acrescentou o cientista.
O proceratossauro media 3m de comprimento e pesava no máximo 60kg. "Ele era minúsculo, se comparado ao tiranossauro rex, que media 12m e pesava até 8t. O crânio do proceratossauro era mais alongado e geralmente mais fino, e esse animal tinha uma espécie de crista sobre o focinho."
Segundo Rauhut, o que torna o exemplar especial é o fato de ele ser o único espécime de tiranossauro do Jurássico Médio já encontrado. "Além disso, é um dos mais bem preservados crânios de dinossauro daquele período, em todo o mundo", observou.
Modo de vida
Ele explicou que o fóssil foi desenterrado durante a construção de um reservatório de água em Minchinhampton, no oeste da Inglaterra. "Foi uma surpresa quando nossa análise mostrou que tínhamos o mais antigo parente já conhecido do tiranossauro rex", admitiu Angela Milner, especialista do Museu de História Natural de Londres e autora principal do estudo.
"Os fósseis coletados um século atrás agora podem ser estudados com o benefício de muito mais conhecimento dos dinossauros", acrescentou a especialista, entusiasmada com o uso da tecnologia na paleontologia (veja outras pesquisas no quadro). "Esse é um espécime especial, o único desse tipo conhecido no mundo", comemorou Angela.
Com base na peça, a ciência já consegue inferir sobre o modo de vida do proceratossauro. "Era um dinossauro que se alimentava de animais de pequeno e médio porte. Assim como seus parentes posteriores, provavelmente usava a mesma estratégia de 'perfurar e puxar' (uma mordida poderosa era seguida pela remoção de carne e ossos por meio dos fortes dentes)", observou Rauhut.
A equipe britânico-alemã utilizou a tomografia computadorizada para produzir imagens de raios X e uma fotografia tridimensional dos restos do crânio, o que lhes permitiu estudar sua estrutura interna em detalhes. Os especialistas constataram que os dentes, a mandíbula e a caixa craniana do proceratossauro eram semelhantes às estruturas encontradas no tiranossauro rex.
Parte dos ossos estava coberta com rocha e teve de ser cuidadosamente limpa antes da realização do exame. "É um crânio muito frágil. Remover a rocha, especialmente ao redor dos dentes, foi uma tarefa delicada e demorada, feita com a ajuda de um microscópio", afirmou Scott More-Fay, especialista em fósseis do Museu de História Natural.
(Correio Braziliense, 9/11)
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