Espécies de peixes desconhecidas em brejos da Mata Atlântica

Um estudo realizado durante 25 anos em brejos da Mata Atlântica pelo pesquisador Wilson Costa, do Laboratório de Sistemática e Evolução de Peixes Teleósteos do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, revelou uma alta diversidade de peixes aploqueilóideos.
Das 38 espécies inventariadas, 20 eram ainda desconhecidas pela ciência.Os aploqueilóideos são peixes coloridos, de pequeno porte, também conhecidos como peixes anuais ou peixes de nuvem. O pesquisador alerta para o risco de extinção de algumas espécies, sendo que sete delas estão vulneráveis, cinco em perigo, vinte criticamente em perigo e duas estão praticamente extintas. As conclusões foram publicadas no livro “Peixes aploqueilóideos da Mata Atlântica brasileira: história, diversidade e conservação”, que será lançado em breve.
Costa apresenta ainda algumas recomendações como a proteção de áreas importantes para a manutenção das espécies ameaçadas, estudos sobre a biologia das espécies e programas de educação ambiental. “O risco é o desaparecimento a curtíssimo prazo de um dos componentes mais interessantes e menos conhecidos da biota presente na Mata Atlântica”, disse à AmbienteBrasil.
Muitos dados interessantes surgiram com a pesquisa, de acordo com o pesquisador, como peixes que vivem em poças de águas extremamente ácidas, formadas apenas durante a época de chuvas; espécies que possuem mecanismos raros para fecundação interna e espécies onde fêmeas desapareceram por completo, existindo apenas hermafroditas com auto-fecundação interna, fato raríssimo entre os vertebrados, segundo Costa.
Danielle Jordan / AmbienteBrasil

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