Estudo decifra doença de Huntington

Combinação de proteínas afeta área cerebral responsável por movimento.
Cientistas decifraram por que pessoas como mal de Huntington têm uma proteína defeituosa que destrói apenas certas células do cérebro e não outras. A descoberta, de cientistas da Universidade Johns Hopkins, publicada na revista “Science”, pode ajudar a desenvolver tratamentos para esse problema incurável e outras alterações do cérebro, como o mal de Alzheimer.
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A doença hereditária rara causa movimentos involuntários bruscos e irregulares, dos braços, das pernas e do rosto; perda progressiva de memória e senilidade mental precoce, entre outros sintomas graves. Ela se manifesta por volta dos 30 anos a 50 anos, e leva à morte em dez a 15 anos.

— Até agora não tínhamos qualquer ideia da causa desse dano cerebral — disse o doutor Solomon Snyder, principal autor do trabalho.

Hoje só há tratamento para reduzir os movimentos convulsivos. A causa do mal seria a mutação num gene descoberto em 1993. O filho de alguém com Huntington tem 50% de chances de herdar o defeito. Snyder disse que o gene da doença produz uma proteína defeituosa em todas as células. Mas as únicas que morrem são certos neurônios, a maioria na região do cérebro chamada de corpo estriado, que controla movimentos.

Segundo Snyder, uma segunda proteína é a culpada. É uma molécula pouco conhecida, chamada Rhes, encontrada quase exclusivamente no cérebro estriado. Quando ela se combina com a proteína defeituosa, há reação química.

Os autores querem saber se a eliminação da Rhes em cobaias com Huntington pode impedir o avanço da doença ou interrompê-la, sem causar muitos efeitos secundários. Se isso for possível, a etapa seguinte é pesquisar alguma droga contra o problema.

(O Globo, 5/6) .

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