Armazém Brazil aposta na distribuição de sacos de papel ecológicos nos supermercados


A distribuição das sacolinhas plásticas nos estabelecimentos comerciais ainda divide opiniões em todo o Brasil. Uma das polêmicas principais é sobre qual seria o material mais apropriado para substituí-las. Para a empresa Armazém Brazil, situada no Rio de Janeiro, a solução está nos sacos de papel provenientes de florestas replantadas e 100% biodegradáveis.
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Distribuídos gratuitamente nas redes de supermercados, os sacos são ilustrados com anúncios de produtos na parte externa.
Fotos: Divulgação


Criada pelos empresários Dióscoro e Michelle Teperino Urbim, a Armazém Brazil conta com a parceria da Klabin para produzir as embalagens, que são certificadas pelo selo FSC. No Rio de Janeiro, as redes Super Vianense, Supermercados Princesa e Supermarket já aderiram a ideia, inicialmente na Barra da Tijuca, no Recreio, Cosme Velho, em Nova Iguaçu e Niterói. 
A Armazém Brasil comercializa os espaços para anúncios nas embalagens. As empresas anunciantes, por sua vez, investem para divulgar suas marcas e, ao mesmo tempo, asseguram a produção dos sacos de papel, que são distribuídos, gratuitamente, aos supermercados, e repassados também de forma gratuita aos clientes.
Em entrevista ao EcoD, Michelle Urbin explica o sucesso da iniciativa e projeta o crescimento para esse mercado no Brasil.

EcoD: Por que a escolha pelos sacos de papel?

Michelle Urbin: Nosso objetivo é fazer deles uma mídia alternativa e ecológica. Dar a possibilidade para comerciantes, autônomos, profissionais liberais ou qualquer um que queira divulgar sua atividade. Proporcionamos então uma publicidade barata, eficaz e sustentável. Unindo o ótimo ao agradável: o cliente ganha uma embalagem sustentável e informações das empresas anunciantes. Os anunciantes ganham alta visibilidade por um preço muito barato e o planeta ganha mais ainda com um material reciclável e compostável.

Quais os benefícios da troca das sacolas plásticas pelos sacos de papel?

São vários, desde ambientais até sociais. Uma embalagem ao ser entregue para um cliente pode tomar dois caminhos: ser jogada no lixo ou encaminhada para reciclagem. A sacola plástica perde nos dois lados. Ao ser jogada no lixo, demora mais de 100 anos a ser desintegrada. Ao ser direcionada para reciclagem, é recusada, pois ela não é reciclável. Já o papel, caso seja descartado na natureza, em apenas 6 meses é compostado e pode virar adubo, e caso seja encaminhado para reciclagem, ele não só é aceito por ser reciclável como pode ajudar a milhares de famílias que vivem do mercado de recicláveis.

Até dezembro, a empresa deve credenciar 24 redes nas principais capitais.
E o que motivou esse modelo de negócio?

Esse modelo já existe nas padarias, daí pensamos: por que não em uma escala bem maior? Os supermercadistas querem reduzir custos (não fornecendo embalagem nenhuma) e o consumidor sofre com as consequências (ou paga por uma embalagem ou fica sem nenhuma). Trouxemos a solução definitiva para todos esses dramas, deixando todos satisfeitos: supermercados, que recebem de graça e reduzem os custos, clientes que recebem embalagem de graça e ainda ecológica, comércio local, empresas interessadas em anunciar, indústria de papel e, por fim, a natureza.

Como está a recepção dos estabelecimentos?

Excelente! Eles ficam felizes tanto por reduzir custos, mas, principalmente, por poder contribuir com esse fomento da economia e com a possibilidade de conscientizar seus clientes para o lado sustentável.

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O que será feito para mostrar ao consumidor as vantagens da troca?

Iniciamos a distribuição. Surpreendentemente, todos aceitaram sem nenhum tipo de incentivo, por pura consciência ecológica, pois eles relataram que sabiam o que estavam fazendo ao optar pelo papel em vez do plástico.

As redes credenciadas contam com a garantia da Armazém Brazil de que receberão a quantidade suficiente para substituir 40% das sacolas plásticas, e deixarão que o cliente decida qual a melhor opção.
Quais as dificuldades que já existem na implantação do projeto piloto, e as que possivelmente possam vim a surgir?

Por incrível que pareça, tudo está correndo de uma forma que está nos surpreendendo. A implantação está ocorrendo de forma natural e espontânea e estamos mapeando, analisando e ajustando todos os processos para viabilizar uma expansão por meio de franquias, tendo como suporte principal nosso portal com o e-commerce dos anúncios.

Quais as expectativas para o futuro do negócio?

Nossa expectativa é de ajustar todo o projeto, acabar a fase de teste do nosso portal e, a partir de janeiro, iniciar a comercialização via internet, que nos dará o suporte para expandir por todo o território nacional.

As sacolas plásticas tendem a perder espaço?

Acreditamos que sempre terá mercado para a sacola plástica, mas não com tanta força. O papel, nesse mercado supermercadista, é que estava tímido. Chegou a hora de voltar a avançar fortemente, com base na consciência ecológica, que hoje também é muito forte. Só faltava a oportunidade dos clientes demonstrarem isso. E esse será o grande desafio da Armazém Brazil.

(ECOD)

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