Cientistas norte-americanos usaram pela primeira vez uma técnica de clonagem para obter células-tronco embrionárias dentro de óvulos humanos não fertilizados. A descoberta histórica é também um possível ponto de discórdia para os críticos das pesquisas com células-tronco.
Os pesquisadores estavam tentando provar que é possível usar uma tecnologia de clonagem chamada transferência nuclear de células somáticas (SCNT’s, na sigla em inglês) para produzir células-tronco embrionárias que correspondam ao DNA de um paciente.
O feito, publicado nesta quarta-feira na revista Nature, é significativo porque essas células específicas de um paciente podem potencialmente ser transplantadas para substituir células danificadas em pessoas com diabetes ou outras doenças sem serem rejeitadas pelo sistema imune.
A técnica pode deflagrar mais polêmica, pois alguns opositores consideram que ela seja clonagem, à qual se opõem ferozmente.
“Esse artigo será visto como significativo tanto por aqueles que estão tentando usar a SCNT para produzir linhagens específicas de células-tronco embrionárias humanas quanto para aqueles que se opõem às experiências de ‘clonagem’ humana”, disse o professor Robin Lovell-Badge, chefe de divisão no Instituto Nacional para Pesquisa Médica da Grã-Bretanha.
As células-tronco são as células mestres do corpo, o material fonte para todas as outras células. Os partidários das células-tronco embrionárias afirmam que elas poderão transformar a medicina, proporcionando tratamentos para a cegueira, a diabete juvenil ou ferimentos graves.
Normalmente, a SCNT envolve a remoção do material genético do núcleo de um óvulo hospedeiro e a sua substituição pelo núcleo de células adultas, na técnica usada para clonar animais como a ovelha Dolly em 1996.
Mas os cientistas até agora não tinham conseguido fazer crescer essas células e dividi-las para além do estágio muito inicial em humanos e em primatas não-humanos.
Nesse estudo liderado por Dieter Egli e Scott Noggle, do Laboratório da Fundação de Células-Tronco de Nova York, os cientistas mantiveram o material genético da célula hospedeira e apenas adicionaram o núcleo de células adultas.
(Fonte: G1)
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