Cientistas identificaram cinco novos genes para o mal de Alzheimer, dobrando o número anterior de genes ligados à doença degenerativa. Os pesquisadores estudavam as causas genéticas da doença quando fizeram a descoberta.
Se medicamentos ou mudanças de estilo de vida puderem ser criados para combater essas variações genéticas, mais de 60% dos casos de Alzheimer poderão ser prevenidos, segundo os pesquisadores, cujo trabalho foi publicado na revista Nature Genetics. Mas essas descobertas devem demorar pelo menos 15 anos, disseram eles.
O mal de Alzheimer é a forma mais comum de demência, uma doença cerebral fatal que afeta a memória, o raciocínio, o comportamento e a capacidade de realizar afazeres comuns do dia a dia. A doença vem afetando cada vez mais as sociedades e economias de todo o mundo. “Estamos começando a juntar as peças do quebra-cabeça e a entender melhor a doença”, disse Julie Williams, do Centro de Genética e Genômica Neuropsiquiátricas da Universidade de Cardiff, que liderou o estudo.
“Se conseguirmos eliminar os efeitos colaterais dos tratamentos com genes, esperamos que possamos então reduzir a proporção de pessoas que contraem Alzheimer a longo prazo.” Os pesquisadores afirmam que as variantes genéticas encontradas destacam as diferenças específicas em pessoas que contraem Alzheimer, incluindo variações no sistema imunológico, no modo pelo qual o cérebro lida com o colesterol e lipídios, bem como um processo chamado endocitose, que remove proteínas tóxicas do cérebro.
Fardo para a sociedade – A entidade Alzheimer’s Disease International prevê que, conforme a população envelhece, os casos de demência dobrarão a cada 20 anos, atingindo os cerca de 66 milhões em 2030 e 115 milhões em 2050. Boa parte das vítimas se concentra em países pobres. “O interessante é que os genes que conhecemos agora – os cinco novos, além dos anteriormente identificados – estão agrupados em padrões”, disse Williams em uma entrevista em Londres.
Os cientistas suspeitam que os genes podem explicar de 60% a 80% do risco de Alzheimer de início tardio, o tipo que se manifesta na velhice. Para encontrar novas variantes do gene, Williams e um grupo internacional de pesquisadores analisaram dados de 25 mil pessoas portadores do mal de Alzheimer e 45 mil pessoas saudáveis que foram usados como “controles”.
Eles descobriram que variações comuns do gene chamadas ABCA7, EPHA1, CD33 e CD2AP e MS42A estavam relacionados a um risco maior de desenvolver a doença. “Estes cinco genes agora mostram evidência convincente de associação com o mal de Alzheimer”, disse ela.
Estudos anteriores sobre as últimas décadas demonstraram que as variações do gene conhecidas como CLU, PICALM, CRI, BIN1 e APOE também estão relacionadas ao risco de contrair Alzheimer.
(Fonte: Portal Terra)
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