Pela primeira vez, cientistas traçaram o destino de substâncias não tóxicas derivadas do óleo que vazou no golfo do México em abril deste ano. Segundo o mapeamento, elas entraram para a cadeia alimentar e viraram comida de plâncton.
“Todos fizeram um alarde sobre aonde o óleo poderia ter ido”, disse o autor do estudo, William Monty Graham, especialista no estudo de plâncton do Laboratório Marítimo da Ilha de Dauphin, no estado norte-americano do Alabama. “Virou comida”, afirmou.
Segundo o especialista, a velocidade com que os componentes não tóxicos foram dispersados pelo ecossistema pode afetar a saúde ambiental do golfo como um todo. A dúvida que reside é como esse processo vai afetar a produção de camarões, caranguejos e peixes no ano que vem.
Na coleta de dados, que teve como base traçar o trajeto de um elemento básico como o carbono na cadeia alimentar, foram avaliadas substâncias não perigosas para o ecossistema já que o mapeamento é mais fácil do que se feito com as tóxicas.
Em setembro, cinco meses depois do acidente da BP (British Petroleum), as taxas de carbono em criaturas microscópicas do mar já tinham retornado ao nível normal, explica Graham.
Mas outro pesquisador, Michael Crosby, do Laboratório Mote Marine, na Flórida, faz uma pergunta ainda não respondida: “O que aconteceu com os componentes tóxicos do óleo derramado?” – uma outra equipe anunciou, recentemente, a morte de corais ou em processo de decomposição, cobertos por uma substância de cor marrom, possivelmente em decorrência ao óleo da BP.
Graham enfatizou que os resultados do estudo não significam que os consumidores de frutos do mar vindos das águas do golfo estão em risco. Mas sim que o os plânctons estudados voltaram ao normal, com patamares iguais ou superiores aos que tinham antes do vazamento.
(Fonte: Folha.com)
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