A adaptação dos tibetanos à atitude aconteceu em menos de 3 mil anos, mostra uma análise comparativa de seu genoma, que revela ainda mutações em inúmeros genes ligados à utilização do oxigênio pelo organismo, segundo um estudo publicado nos Estados Unidos.
“Trata-se da transformação genética mais rápida já observada nos humanos”, destacou Rasmus Nielsen, professor de biologia da Universidade de Califórnia em Berkeley, que conduziu a análise estatística neste estudo que será publicado no jornal americano Science na edição de 2 de julho.
Para esses trabalhos, os pesquisadores compararam os genomas de 50 tibetanos e de 40 chineses Han, etnia dominante na China. Os dois grupos se separaram há cerca de 2.750 anos.
Os tibetanos, então, evoluíram rapidamente e adquiriram uma capacidade única para viver acima dos 4 mil metros de altitude, onde os níveis de oxigênio são baixos. O planalto tibetano está, em média, acima desta altitude.
A análise dos genomas respectivos revelou a mutação de mais de 30 genes, mais prevalentes entre os tibetanos do que entre os Han.
Quase a metade dessas variações genéticas envolve genes que desempenham algum papel na maneira como o organismo utiliza o oxigênio.
Uma mutação em particular se generalizou em pelo menos 10% da população Han comparativamente aos 90% de todos os tibetanos. Ela se situou no genoma próximo ao gene EPAS1, também chamado de “gene do superatleta”.
Esse gene foi descoberto há alguns anos e foi batizado desta forma porque inúmeras dessas variações são associadas a uma melhora das performances atléticas, explicou Ramus Nielsen.
Este gene codifica proteínas que desempenham um papel importante na detecção dos níveis de oxigênio no sangue e, talvez, também ajude o ajuste do metabolismo aeróbico que requer oxigênio para funcionar.
Esse metabolismo pode assim degradar glicídios e lipídios, assim como as proteínas, graças ao oxigênio e desempenha um papel importante no atletismo, em corridas longas como a maratona.
(Fonte: Yahoo!)
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