O nome da ordem científica dos morcegos, Chiroptera, se traduz como a “asa na mão”. E como as mãos humanas, as asas do morcego são carnosas e possuem múltiplas articulações. Como comparação, asas de pássaros possuem apenas algumas articulações, e asas de insetos trazem apenas uma.
Agora, usando câmeras de alta velocidade, pesquisadores descobriram que graças a essas muitas articulações, o voo do morcego é significativamente mais complicado do que o voo dos pássaros. A pesquisa aparece em “The Journal of Experimental Biology”.
Os cientistas colocaram pequenos morcegos em túneis de vento, criando um efeito similar ao de uma esteira – onde os morcegos voavam sem sair do lugar. Então, eles estudaram o rastro deixado pelo agitar de suas asas.
Ao voar, cada morcego deixava quatro massas distintas de rotação no ar, segundo o estudo. O vórtice mais forte vinha da ponta da asa, e durava até o final de cada movimento para cima realizado pelos morcegos.
“As asas são geometricamente complicadas, pois possuem todas essas articulações”, afirmou a bióloga evolucionista da Universidade Brown e uma dos autores do estudo, Sharon Swartz. “Assim, em comparação com pássaros, parece que os rastros também são substancialmente mais complicados.”
Estudos adicionais sobre as asas dos morcegos poderiam ajudar engenheiros aeroespaciais a desenvolver pequenos aviões autônomos que fossem tão flexíveis e acrobáticos quanto os morcegos, segundo Swartz. As aeronaves de hoje são enormes e possuem asas firmes, mais parecidas com pássaros do que com morcegos.
“O grau de flexibilidade e complacência dessas asas é impressionante”, disse ela. “É uma abordagem fundamentalmente diferente ao ato de voar”.
O projeto recebeu financiamento da Fundação Nacional da Ciência e do Gabinete de Pesquisa Científica da Força Aérea.
(Fonte: Folha.com)
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