A colônia de bactérias primitivas é do tamanho da Grécia
Cientistas que trabalham no projeto internacional Censo da Vida Marinha descobriram um vasto "tapete" submerso de micróbios, do tamanho da Grécia, ao largo da costa oeste da América do Sul. Eles acreditam que esses microorganismos são descendentes diretos das primeiras formas de vida.
O "tapete" de micróbios foi localizado numa camada profunda do mar, onde não há luz e oxigênio, e, ao que tudo indica, sobrevive à base de hidrogênio, sulfureto, respirando nitratos. Isso pode indicar que tem origem em micróbios primitivos, há 3 bilhões de anos, quando não havia oxigênio na Terra.
Para encontrar os microorganismos, cientistas usaram um robô submarino para explorar a plataforma continental da costa do Chile ao Peru.
- É como um grande carpete de grama branca com filamentos - diz o cientista chileno Victor Gallardo.
Os testes iniciais mostraram que a comunidade é formada por microorganismos adaptados para viver sob extrema hipóxia, quando há pouco ou nenhum oxigênio. É a mesma condição que existia antes da evolução da primeira alga fotossintética, capaz de transformar o dióxido de carbono em oxigênio.
- Eles consomem nitratos como usamos o oxigênio e os sulfuretos como alimentos - explica Gallardo.
Cerca de 20 milhões de espécies sob o mar Estima-se que o "tapete"se estende por vastas áreas do leito do oceano, principalmente no Chile e no Peru. O maior dos filamentos mede cerca de metade um fio de cabelo.
- Durante a maior parte da história do planeta, o oceano era anóxico. Provavelmente essas espécies dominaram a Terra por milhões de anos - disse o cientista-chefe do projeto, Ron O'Dor.
O relatório final do Censo da Vida Marinha - cujo projeto inclui mais de dois mil cientistas de 80 países - será publicado no final de outubro. Segundo os pesquisadores, há muito mais espécies de micróbios vivendo no oceano do que se pensava. Estima-se que este número é de 20 milhões.
(Steve Connor, do Independent - O Globo)
0 Comentários
Olá, agradecemos sua visita. Abraço.