Pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo conseguem regenerar ossos de ratos com bioimplantação
Fábio Reynol escreve para a "Agência Fapesp":
Um polímero combinado com células-tronco foi implantado por pesquisadores em defeitos ósseos no crânio de ratos. Os animais tinham perfurações na calota craniana de cerca de 5 milímetros de diâmetro, dimensão considerada crítica, uma vez que está além da capacidade de regeneração natural do organismo.
O resultado da bioimplantação foi observado em duas, quatro e oito semanas. Em duas semanas foi observada diferença na quantidade de tecido ósseo e de vasos sanguíneos nos três tipos de materiais utilizados - com diferença no tamanho dos poros.
Os cientistas observaram também, em modelo de cultura de células, que o polímero permitia a proliferação e a diferenciação das células em osteoblastos, que produzem tecido ósseo.
A pesquisa foi coordenada pelo professor Adalberto Luiz Rosa em colaboração com os professores Márcio Beloti e Paulo Tambasco de Oliveira na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da Universidade de São Paulo (USP) e teve a participação da estudante Luciana Sicchieri, bolsista de Mestrado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Rosa coordenou o projeto "Engenharia de tecido ósseo: avaliações in vitro e in vivo do biomaterial hibrido fosfato de cálcio/ácido poli-láctico-co-glicólico de células osteoblásticas derivadas de células-tronco", apoiado pela Fapesp na modalidade Auxílio à Pesquisa - Regular.
Os pesquisadores do Laboratório de Cultura de Células da FORP também integram o grupo de pesquisa Biomateriais para Aplicação em Tecido Ósseo, apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A engenharia de tecido ósseo é uma área relativamente nova do conhecimento, surgida no fim da década de 1980. "É um ramo multidisciplinar, pois associa as engenharias às ciências da vida para criar substitutos biológicos que melhorem ou mantenham a qualidade dos tecidos originais", explicou Rosa.
O grupo utilizou um polímero revestido de fosfato de cálcio - um biomaterial poroso desenvolvido por cientistas canadenses - para fazer o implante nos ratos. A diferença do trabalho brasileiro foi ter associado células-tronco a esse biomaterial.
Inicialmente, foram retiradas células da medula óssea dos animais. Depois, foi feita uma expansão para que elas se multiplicassem. Desse grupo foram selecionadas células-tronco mesenquimais, que possuem a capacidade de se transformar em outros tipos de células.
As células-tronco foram então combinadas ao polímero canadense por meio de um processo de centrifugação. Esse composto foi implantado nos ratos, cada um recebendo o material associado a células de sua própria medula. A mesma experiência foi repetida com células-tronco diferenciadas em osteoblastos e os resultados também foram positivos.
Com base nos resultados da pesquisa, o grupo concluiu que biomateriais implantados com poros maiores são mais adequados para experimentos de engenharia de tecido ósseo. O sucesso abre perspectivas para aplicações clínicas dessa técnica, mas o coordenador da pesquisa destaca que isso não ocorrerá tão cedo.
"Imaginamos poder aplicar essa técnica em reconstruções de maxilares e em cirurgias que exijam a remoção de tecido ósseo, por exemplo. Mas a aplicação em humanos é um cenário que consideramos para um prazo ainda extenso. Temos ainda um longo caminho até lá", disse.
Fábio Reynol escreve para a "Agência Fapesp":
Um polímero combinado com células-tronco foi implantado por pesquisadores em defeitos ósseos no crânio de ratos. Os animais tinham perfurações na calota craniana de cerca de 5 milímetros de diâmetro, dimensão considerada crítica, uma vez que está além da capacidade de regeneração natural do organismo.
O resultado da bioimplantação foi observado em duas, quatro e oito semanas. Em duas semanas foi observada diferença na quantidade de tecido ósseo e de vasos sanguíneos nos três tipos de materiais utilizados - com diferença no tamanho dos poros.
Os cientistas observaram também, em modelo de cultura de células, que o polímero permitia a proliferação e a diferenciação das células em osteoblastos, que produzem tecido ósseo.
A pesquisa foi coordenada pelo professor Adalberto Luiz Rosa em colaboração com os professores Márcio Beloti e Paulo Tambasco de Oliveira na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da Universidade de São Paulo (USP) e teve a participação da estudante Luciana Sicchieri, bolsista de Mestrado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Rosa coordenou o projeto "Engenharia de tecido ósseo: avaliações in vitro e in vivo do biomaterial hibrido fosfato de cálcio/ácido poli-láctico-co-glicólico de células osteoblásticas derivadas de células-tronco", apoiado pela Fapesp na modalidade Auxílio à Pesquisa - Regular.
Os pesquisadores do Laboratório de Cultura de Células da FORP também integram o grupo de pesquisa Biomateriais para Aplicação em Tecido Ósseo, apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A engenharia de tecido ósseo é uma área relativamente nova do conhecimento, surgida no fim da década de 1980. "É um ramo multidisciplinar, pois associa as engenharias às ciências da vida para criar substitutos biológicos que melhorem ou mantenham a qualidade dos tecidos originais", explicou Rosa.
O grupo utilizou um polímero revestido de fosfato de cálcio - um biomaterial poroso desenvolvido por cientistas canadenses - para fazer o implante nos ratos. A diferença do trabalho brasileiro foi ter associado células-tronco a esse biomaterial.
Inicialmente, foram retiradas células da medula óssea dos animais. Depois, foi feita uma expansão para que elas se multiplicassem. Desse grupo foram selecionadas células-tronco mesenquimais, que possuem a capacidade de se transformar em outros tipos de células.
As células-tronco foram então combinadas ao polímero canadense por meio de um processo de centrifugação. Esse composto foi implantado nos ratos, cada um recebendo o material associado a células de sua própria medula. A mesma experiência foi repetida com células-tronco diferenciadas em osteoblastos e os resultados também foram positivos.
Com base nos resultados da pesquisa, o grupo concluiu que biomateriais implantados com poros maiores são mais adequados para experimentos de engenharia de tecido ósseo. O sucesso abre perspectivas para aplicações clínicas dessa técnica, mas o coordenador da pesquisa destaca que isso não ocorrerá tão cedo.
"Imaginamos poder aplicar essa técnica em reconstruções de maxilares e em cirurgias que exijam a remoção de tecido ósseo, por exemplo. Mas a aplicação em humanos é um cenário que consideramos para um prazo ainda extenso. Temos ainda um longo caminho até lá", disse.
(Agência Fapesp, 8/12)
0 Comentários
Olá, agradecemos sua visita. Abraço.