O projeto Genoma Humano, que busca conhecer os detalhes de nossa composição genética, ficou pronto em 2003, depois de 13 anos de esforço cooperativo científico internacional. Com o anúncio dessa descoberta, veio a expectativa de que daí sairiam novos medicamentos e, quem sabe, a cura de várias doenças.
Mas o final do sequenciamento dos nossos genes foi o início de uma nova fase de estudos, onde o papel das sequência de genes e suas interações podem ser conhecidas.
Com o passar dos anos, o público pode perceber o que os cientistas já sabem há muito tempo: de uma descoberta de ciência básica até que surja uma aplicação prática podem se passar anos.
Agora, em 2009, com publicação dos resultados promissores da pesquisa em humanos de um novo medicamento para o lúpus, podemos estar chegando perto daquele que será o primeiro produto nascido do projeto Genoma Humano.
O lúpus eritematoso é uma doença autoimune, ou seja, nosso organismo deixa de reconhecer algumas estruturas como parte de nosso corpo e passa a atacá-las.
Atualmente o tratamento disponível usa anti-inflamatórios e medicamentos que buscam diminuir a resposta imunológica de uma forma genérica. Esse novo medicamento, ainda não aprovado, se propõe a agir diretamente nos agentes químicos que iniciam essa resposta.
Estima-se que mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo tenham lúpus. A doença pode se manifestar de várias formas, desde alterações na pele até problemas nas articulações e lesões em órgãos internos.
O composto químico que pode ser o primeiro desenvolvido a partir de estudos do genoma se chama belimumab e pertence à classe dos anticorpos monoclonais, usados atualmente no tratamento de câncer.
Os estudos em humanos já passaram da fase final de avaliação e os resultados deverão ser submetidos às autoridades regulatórias no final de 2009. Os fabricante esperam que esteja no mercado em 2010.
(Fonte: G1)
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