Será o fim das sardinhas enlatadas?

Os dias parecem estar contados para a rainha absoluta das latas: a sardinha (Sardinella brasiliensis).

sardinhas-ecod.jpg
A vitalidade das sardinhas apresentou um declínio devido a pesca excessiva
Foto: TinkerBells

 Em 2009, mesmo ano em que foi suspensa pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por suspeita de botulismo (uma forma de intoxicação alimentar rara mas potencialmente fatal), a espécie respondeu por dois terços do mercado nacional de peixes em conserva, o qual faturou R$2,27 bilhões.


"Caso a matrinxã se mostre mais onerosa que a sardinha, podemos inseri-la em outro nicho de mercado e testar outras espécies para substituir a sardinha-verdadeira", informou ao portal da Embrapa o analista Diego Neves, um dos coordenadores do projeto de pesquisa destinada à área.Porém, com o passar dos anos a vitalidade das sardinhas apresentou um declínio devido a pesca excessiva, o que prejudicou os estoques naturais. 


Uma saída para que a população brasileira não fique sem os famosos enlatados pode ser o matrinxã (Brycon cephalus), um peixe típico da Amazônia, que está sendo avaliado como alternativa comercial à sardinha verdadeira pela Embrapa Pesca e Aquicultura.

Ele ainda apontou que, além do matrinxã, espécies conhecidas como a sardinha-de-água-doce (Triportheus ssp., Hemiodus ssp.) também são possíveis candidatas para a produção em conservas em substituição à espécie marinha.

Mais sobre o matrinxã

Segundo os estudos já realizados, a espécie matrinxã apresenta um crescimento precoce e boa conversão alimentar, chegando a atingir entre 800 gramas a 1,2 quilo em um ano e possui características que a tornam indicada para agricultores familiares.

"De acordo com a literatura, a matrinxã pode se tornar importante tanto para a indústria conserveira de pescado como para pequenos produtores, que podem fazer o processamento por meio de cooperativas", frisou o analista.

(ECOD)

Postar um comentário

0 Comentários