Caçadores e agricultores viveram juntos na Idade da Pedra

As tribos de caçadores-coletores conviveram com agricultores sedentários durante mais de 2 mil anos durante a Idade da Pedra no centro da Europa, por muito mais tempo do que se estimava, revelou um estudo publicado  na edição impressa da revista “Science”.


Após este período de coexistência, os caçadores desapareceram ou se converteram em sedentários, explicaram os antropólogos europeus e australianos encarregados da pesquisa.

O sedentarismo é um termo usado para definir a transição cultural da colonização nômade para a permanente e seu desenvolvimento aumentou a agregação populacional, além de proporcionar a formação de vilas, cidades e outras formas de comunidades.

Os cientistas analisaram o DNA e os isótopos de ossos encontrados em uma cova na região de Hagen, na Alemanha, que foram datados através do carbono 14.

Em geral, se acredita que “as tribos de caçadores-coletores da Europa desapareceram pouco depois da chegada dos agricultores”, disse Ruth Bollongino, do Instituto de Antropologia da Universidade de Mainz, na Alemanha, principal autora do trabalho.

Convivência – Mas a investigação científica revelou que os descendentes “dos primeiros europeus mantiveram de fato seu modo de vida de caça e coleta por ao menos mais 2 mil anos na Europa central”, explicou. Esta coexistência persistiu até cerca de 5 mil anos atrás, muito tempo depois do que se pensava.

“Até cerca de 7.500 anos atrás, todos os habitantes da Europa central eram caçadores-coletores”, disse Mark Thomas, professor de genética da Universidade College de Londres. “Eles descendiam da primeira onda de humanos que chegou à Europa, há 45 mil anos”.

Este estudo “demonstra que estes caçadores-coletores também sobreviveram à primeira onda de agricultores vinda do sul do continente europeu, há 7.500 anos”.

A partir deste período, há muito poucos rastros de caçadores-coletores nos arquivos arqueológicos, o que faz pensar que estes grupos decaíram rapidamente ou foram absorvidos pelas populações de agricultores, assinalaram os autores.

 (Fonte: G1)

Postar um comentário

0 Comentários