UFRJ recruta pacientes para pesquisa com células-tronco

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está recrutando pacientes que queiram participar de estudos com células-tronco. A pesquisa, inédita no mundo, pretende aprender a tratar doenças pulmonares, como a silicose, que não tem cura.
“A silicose é um problema crônico do pulmão que pode ser bastante agressiva e não há tratamento nenhum”, explica a pneumologista Marina Lima, que coordena a Unidade de Pesquisas Clínicas em Pneumologia do Instituto de Doenças do Tórax do Hospital Clementino Fraga Filho, na Ilha do Fundão, no Rio. Segundo ela, a pesquisa começou há cerca de oito anos e a etapa realizada com cobaias teve resultados positivos.
Como funciona - No estudo, a célula-tronco é retirada do próprio paciente cadastrado e colocada, através de broncoscopia, que a insere diretamente no pulmão. “É como se fosse uma endoscopia, mas em vez de ir para o estômago, vai para o pulmão. Em dez minutos a célula já está no pulmão. Isso nunca foi feito desse jeito no mundo”, conta Marina. “As células falam entre si e a linguagem que elas têm é muito pouco conhecida. Elas sabem o lugar que está doente. É como se elas fossem chamadas ao local doente e ali elas consertam. Elas se reproduzem de maneira saudável e substituem as doentes”, detalha a pesquisadora.
Como participar - Durante um ano, os inscritos vão a inúmeras consultas médicas e fazem, constantemente, exames que vão desde cintilografia pulmonar a tomografia e exame de sangue. Como no Brasil é proibido pagar para participantes de pesquisa, os pacientes recebem apenas reembolso para transporte e um lanche. Os exames, mesmo os que não são feitos no Hospital do Fundão, são todos gratuitos. Três pacientes já estão sendo estudados.
Para participar da pesquisa, a pessoa deve sofrer de silicose, ter até 50 anos, não ser fumante, ser alfabetizado e não apresentar deficiência auditiva ou visual. Mais informações: (21) 2562-2194.
A doença - Causada pela inalação de pó de pedra, que contêm dióxido de silício, a silicose se desenvolve principalmente em pessoas que trabalham em pedreiras, escavação de túneis e poços, e jateamento de areia para limpeza de casco de navio.
A substância entra nos pulmões, onde desencadeia processos inflamatórios. As cicatrizes, chamadas de fibroses, fazem com que o pulmão perca sua função nas áreas afetadas. Por causa disso, seu principal sintoma é a falta de ar.
(Fonte: Alícia Uchôa/ Estadão Online)

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