Uma
sessão de 30 minutos de sol tem a capacidade de reduzir de forma significativa
a pressão sanguínea, de acordo com estudo britânico publicado na revista
científica “The Journal of Investigative Dermatology”, do grupo Nature. O
efeito ocorre graças à alteração dos níveis de óxido nítrico na pele e na
corrente sanguínea provocada pelos raios UVA, que faz parte da radiação solar.
Já era
conhecido que os níveis de pressão arterial e de doenças cardiovasculares
observados na população variam de acordo com a latitude e com a estação do ano:
a incidência de hipertensão é mais baixa no verão e em regiões mais próximas do
Equador, o que revela um possível efeito benéfico do sol.
Cogitou-se
anteriormente que a vitamina D, estimulada pelo sol, poderia ter relação com
esse fenômeno. Mas estudos não conseguiram demonstrar que a suplementação com
vitamina D seria capaz de reduzir a incidência de doenças cardiovasculares.
A
hipótese testada pelos cientistas, desta vez, é a de que o sol seria capaz de
mobilizar o óxido nítrico presente na pele para a circulação, promovendo dessa
forma a diminuição da pressão.
Para
testá-la, os pesquisadores expuseram 24 voluntários saudáveis a uma irradiação
de raios UVA que equivale a 30 minutos de exposição solar com camiseta de manga
curta e bermuda.
Durante a
sessão, e pelos 20 minutos seguintes após a irradiação, a pressão arterial
média caiu significativamente. Também foi observada uma queda na pressão
arterial diastólica (menor valor verificado durante a medida de pressão). Os
resultados foram comparados com sessões de irradiação simulada, nos quais esses
efeitos não foram observados.
A
pesquisa concluiu, por meio de medidas e exames feitos nos voluntários durante
e após a irradiação, que os raios UVA foram capazes de liberar para a circulação
o óxido nítrico armazenado na pele, promovendo assim a redução da pressão
arterial.
Os
cientistas se certificaram de que os efeitos observados não tinham a ver com
mudanças de temperatura, já que mantiveram temperaturas similares tanto no
grupo exposto à irradiação verdadeira quanto à irradiação falsa.
De acordo
com os autores, se esses efeitos forem confirmados e se for constatado que eles
ocorrem de forma crônica, os resultados podem ter implicações significantes no
aconselhamento em saúde pública e levar a mudanças na avaliação sobre riscos e
benefícios da exposição ao sol.
Recomendações – Ainda é preciso empreender uma
investigação mais profunda para discutir mudanças em relação às recomendações
sobre exposição solar. De acordo com o Consenso Brasileiro de Fotoproteção,
lançado no ano passado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a
exposição ao sol deve ser evitada das 10h às 15h e a população deve usar
protetor solar com fator de proteção de, no mínimo, 30.
A
exposição inadequada ao sol pode levar a queimaduras, elevação da temperatura
da pele, envelhecimento precoce, câncer de pele melanoma e não melanoma, de
acordo com a SBD.
(Fonte:
G1)