Fóssil pode ajudar a entender origem do voo dos beija-flores

O fóssil de um pesqueno pássaro que viveu há cerca de 50 milhões de anos pode ajudar a entender melhor a formação das asas e a origem do voo dos beija-flores, apontam cientistas da Universidade do Texas em Austin e do Centro Nacional de Síntese Evolutiva dos Estados Unidos (NESCent, na sigla em inglês).


Encontrado no estado de Wyoming, nos EUA, o fóssil da espécie Eocypselus rowei possui restos bem-preservados de penas, o que permitiu que os pesquisadores presumissem o formato e o tamanho das asas do pássaro de uma forma que não seria possível apenas com os ossos.

A espécie descoberta recentemente foi comparada com espécimes de pássaros atuais e extintos, de acordo com uma nota publicada pelo NESCent. A análise sugere que o animal fossilizado era um precursor evolutivo do grupo que inclui os beija-flores e a família Apodidae, que tem entre seus representantes pássaros conhecidos popularmente como andorinhões.

“O fóssil representa o mais perto que já chegamos do ponto em que beija-flores e andorinhões ['swift', no termo em inglês] seguiram caminhos diferentes [no processo evolutivo]“, disse o pesquisador Daniel Ksepka, em nota divulgada pelo NESCent. Ksepka é um dos principais autores da pesquisa, publicada no periódico científico “Proceedings of the Royal Society B”.

‘No meio’ – Beija-flores tem asas pequenas em comparação com seus corpos, o que ajuda a pairar no ar, diz o estudo. Já os andorinhões e outros pássaros “aparentados” possuem asas mais longas, o que é útil para voos em grande velocidade. As asas do fóssil, segundo os cientistas, estiveram em algum ponto “no meio” destas duas condições.

“[Baseado no formato das asas] provavelmente ele não era um ‘pairador’, como o beija-flor, e também não era eficiente em voos rápidos como o andorinhão”, afirmou Ksepka à NESCent, instituição para a qual trabalha como cientista.

O pássaro fossilizado provavelmente tinha 12 centímetros da cabeça até a cauda, dizem os cientistas. As penas equivaliam a mais de metade do tamanho total das asas do Eocypselus rowei. O formato das asas, combinado com o tamanho, sugerem que a espécie evoluiu para tornar-se pequena antes do surgimento do comportamento único de voo de cada um dos dois grupos (beija-flores e pássaros da família Apodidae).

“Beija-flores surgiram de ancestrais com corpo pequeno, mas a habilidade para pairar no ar não apareceu aí, e sim mais tarde”, explicou o pesquisador.

 (Fonte: G1)

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