Projeto ensina jovens a surfar em troca de boas notas

O esporte é um grande incentivador para crianças e adolescentes a continuar a estudar na escola. Esse é o ponto de vista do Museu do Surf, Cabo Frio, que ensina os jovens a surfarem em troca de boas notas. As informações são da Agência Brasil.

É nas praias de Cabo Frio que jovens aprendem a surfar e a manter boas notas na escola / Foto: bart1970

O projeto está contribuindo para tirar algumas crianças das ruas e mantê-las na escola, além de formar surfistas. Quem dá as aulas gratuitas de surf é o próprio diretor geral do museu, Telmo Morais. Para se inscrever, os pais precisam ir ao museu e mostrar o boletim do filho.

“Os pais têm que vir ao museu e me trazer o boletim da criança. Se ela tiver nota vermelha, não tem prancha. Alguns que chegam com nota vermelha correm desesperadamente para poder melhorar a nota. Depois, nunca mais eles apresentam nota vermelha [no boletim]. Então, eu dou a prancha”, disse Moraes à Agência Brasil.

Além disso, o museu doa pranchas àqueles que não tem condições de compra-las e tiram boas notas. Se as notas forem baixas, a ameaça é tomar a prancha. “Isso tem dado um resultado danado. Eu nunca tomei prancha de ninguém. E, pelo visto, nunca vou tomar, porque eles correm para estudar para não perder o benefício”.

O Museu do Surf foi criado por Moraes há 13 anos, quando ele percebeu que as paredes da sua casa já estavam ocupadas por 23 pranchas que contavam boa parte da história do surf brasileiro. Atualmente, o local possui 511 pranchas do acervo próprio – o único do país com essa característica.

Toda a família de Morais está envolvida no projeto. São oferecidos no museu cursos que ensinam a recuperar pranchas e palestras sobre o esporte.

No início do ano, o prefeito da cidade, Marcos da Rocha Mendes, demonstrou disposição para instalar o museu em um local definitivo, que, atualmente, ocupa um espaço alugado pela prefeitura. Ele é bom tanto para o esporte brasileiro quanto para o turismo local.

“Estamos com um calendário esportivo muito grande, e o momento muito bom para que projetos com essa dimensão tenham desdobramento e apoio”, informou o secretário estadual de Turismo, Ronald Ázaro. Ele acrescentou, ainda, que existem fontes de recursos que podem beneficiar o projeto, tanto na área do turismo quanto na de ação social, cultural e de empregabilidade.

O museu recebe doações de pranchas para o projeto, porém os lotes que ele recebe não passam de 1,5% por mês. A visitação é gratuita e o empreendimento não gera renda para seu criador.

(Ecod)

Postar um comentário

0 Comentários