Descoberto novo processo de produção de medicamento contra colesterol

Nova rota sintética pode permitir produção mais rápida e barata da atorvastatina, medicamento contra colesterol mais vendido no mundo

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ligados ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Fármacos e Medicamentos (INCT-Inofar), desenvolveram uma rota de síntese inédita para a atorvastatina, princípio ativo do LípitorR, do laboratório Pfizer. O medicamento é o mais vendido no mundo para reduzir os níveis de colesterol.

"Usamos a inovação incremental para propor uma rota de síntese nova, mais eficiente, em que o fármaco possa ser preparado em maior quantidade, da forma mais rápida, prática e barata", explica Luiz Carlos Dias, professor do Laboratório de Síntese Orgânica do Instituto de Química da Unicamp.

A descoberta, segundo o pesquisador, tem um impacto mercadológico importante, visto que a atorvastatina é um medicamento de uso contínuo de comprovado interesse terapêutico, amplamente utilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Estima-se que, só em 2009, as vendas do LípitorR no Brasil geraram uma receita de R$ 400 milhões para Pfizer.

Com a nova rota de síntese da atorvastatina concluída, o objetivo do INCT-Inofar é construir uma via para transferir a tecnologia para uma indústria farmacêutica nacional, a fim de que a versão do genérico possa ser efetivamente produzida. A patente do medicamento vence, oficialmente, neste mês de dezembro.

Desde outubro de 2009 - quando a atorvastatina foi identificada pelo INCT-Inofar como oportunidade efetiva para a produção nacional de medicamentos genéricos - os pesquisadores do Laboratório de Síntese Orgânica da Unicamp debruçaram-se sobre o desafio de desenvolver um processo inédito para chegar ao princípio ativo do LípitorR.

"Reinvestigando reação por reação descrita na patente original, conseguimos concluir a síntese da atorvastatina por uma nova rota que envolve melhorias em patentes anteriores, passando por intermediários inéditos", descreve Dias.

Para atingir esse processo inédito, o pesquisador ressalta a colaboração do pós-doutor Adriano Siqueira Vieira, que participou da pesquisa com apoio do Laboratório Cristália, empresa parceira do INCT-Inofar.

(Com informações da Assessoria de Comunicação do INCT-Inofar)

Postar um comentário

0 Comentários