As fotos desse ensaio foram feitas durante um incêndio em São José dos Campos, perto do aeroclube, na área do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica).
Ao sair de casa para levar o meu filho ao futebol vi uma enorme luz perto do aterro sanitário e não tive dúvidas, deixei meu filho no treino e fui trabalhar.
Já havia fotografado a mesma área, que ardera há um ano. Fotografar o fogo é uma atividade que pode ser bastante perigosa, pois ele pode ser traiçoeiro, encurralando ou intoxicando com a fumaça. O trabalho é árduo. O ano passado, o fogo foi à noite e enquanto fazia as imagens caí em um buraco. Por sorte, era raso e me machuquei pouco.
Desde os primórdios da humanidade o homem é fascinado pelo fogo. Sua mitologia é vasta, pois o seu controle mudou a vida da humanidade. É uma força da natureza sobrenatural e fugaz. Desde criança, eu também não escapei ao fascínio pelo fogo. Monitorando a fumaça encontro o local das queimadas, mas ela engana. Já fui parar em uma cidade vizinha procurando queimadas. A outra dificuldade é encontrar a melhor posição para fotografar. O ideal é chegar perto do fogo, mas se isso for impossível uma opção é buscar um terreno alto. Sempre que posso, procuro dar pelo menos duas visões da situação trabalhando com uma grande angular e com uma meia tele.
Na minha prática de fotojornalismo, lido e gosto de pautas variadas, entre eles as fábricas, a arquitetura, as lutas sociais e o lixo. Mas confesso um fraco por queimadas e não tenho medido esforços para registrá-las. Acredito que muitas delas são consequência do desequilíbrio que o homem tem provocado na natureza. Fotografo e penso se estamos construindo algo ou destruindo o mundo.
((o))eco
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