As piranhas usam sons semelhantes a latidos para intimidar rivais em vez de atacá-los, dizem cientistas.
Usando microfones subaquáticos, a equipe da Universidade de Liège, na Bélgica, gravou os sons emitidos pelos peixes quando se confrontavam.
Em artigo publicado na revista científica Journal of Experimental Biology, a equipe disse ter identificado três tipos de sons, cada um contendo uma “mensagem” específica.
O líder da pesquisa, Eric Parmentier, estudou sons e métodos de comunicação usados por várias espécies de peixes e acredita que esse tipo de conhecimento pode ajudar o homem a conviver melhor com a vida marinha.
Ele explicou, por exemplo, que muitas espécies usam sons para atrair um parceiro ou parceira. Nesse caso, o som se torna um importante indicador de que aquela espécie está se reproduzindo.
Parmentier já sabia que as piranhas emitem sons, mas queria entender por quê.
Experimento – A equipe colocou um hidrofone – um microfone subaquático – dentro de um tanque com piranhas e filmou as interações entre os peixes.
Três tipos de sons foram gravados: o primeiro, semelhante a um latido, era usado quando os peixes mediam forças, confrontando uns aos outros, face a face, sem agressões físicas.
O segundo tipo, uma batida percussiva, era usado quando os peixes perseguiam uns aos outros. Um terceiro som, um grasnado mais suave, também percussivo, era usado quando as piranhas mordiam umas às outras.
As agressões físicas aconteciam, em geral, quando os peixes brigavam por comida.
Durante a maior parte do tempo, no entanto, os peixes nadaram pacificamente, sem emitir sons e sem conflitos. Somente após horas de pacientes observações os pesquisadores conseguiram capturar os comportamentos.
“Para os animais, é menos custoso [em termos de energia] fazer um monte de barulho e impressionar os outros do que lutar”, explicou Parmentier.
Vibrações – As piranhas, como muitos outros peixes “barulhentos”, produzem sons ao vibrar suas bexigas natatórias – órgãos cheios de gás que ajudam o peixe a regular sua flutuação.
A equipe também estudou os músculos que, movendo-se em altas velocidades, são responsáveis por essas vibrações.
“Esse músculo se contrai e relaxa 150 vezes por segundo para vibrar a bexiga natatória”, disse Parmentier à BBC.
A equipe espera agora poder estudar as piranhas em casa, no rio Amazonas, para aprender mais sobre o seu repertório acústico.
(Fonte: G1)
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