Brasileiros criam retinógrafo portátil para baratear exames oftalmológicos

Equipamento acoplado a smartphone consegue oferecer imagens de alta resolução do fundo do olho.

Três pesquisadores brasileiros desenvolveram um equipamento que pode reduzir em até dez vezes o custo dos exames de retina, além de ampliar o acesso às avaliações oftalmológicas preventivas. 
Batizado de SRC - Smart Retinal Camera, o retinógrafo portátil é composto por um conjunto ótico e um dispositivo eletrônico acoplado a um smartphone, que permite obter imagens de alta resolução do fundo do olho.
Segundo seus criadores, a qualidade das imagens é tão boa quanto a captura tradicional, feita por meio de equipamentos mais complexos e que estão disponíveis apenas em clínicas especializadas de oftalmologia.
Em entrevista à Agência Brasil, o físico Diego Lencione, integrante da equipe de pesquisadores, explica que uma das vantagens é que o procedimento com a miniatura do retinógrafo não precisa ser feito por um profissional especializado. Tal possibilidade facilitaria, principalmente, a vida de moradores de comunidades carentes que vivem distante dos grandes centros urbanos e não contam com clínicas especializadas.
“O resultado das imagens pode ser enviado para a avaliação de um atendimento de excelência em oftalmologia e com isso se obtém um laudo remoto de alto nível técnico”, explicou.
Os pesquisadores ressaltam a importância de um diagnóstico precoce na prevenção de doenças mais sérias.  “Fazer a triagem de pessoas com problemas de retina e encaminhá-las o quanto antes para tratamento pode evitar danos mais sérios no futuro”, defendeu.
No entanto, o produto ainda precisa passar por testes clínicos e a expectativa é que todas as etapas para a comercialização no mercado ocorra até o primeiro semestre de 2018.
Para desenvolver o SRC, os pesquisadores fundaram a startup Phelcom, em março deste ano, e contaram com o financiamento do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Com a apresentação do produto, os pesquisadores ganharam o primeiro lugar na seleção brasileira para participar, nos próximos dias 8 e 9 de novembro, em Berlim, da final do The Falling Walls Lab, evento mundial que reúne as cem melhores ideias de inovação científica em benefício da humanidade.
(Fonte: IDGNOW)