Descobertos no Panamá fósseis do primeiro macaco da América do Norte

Sete dentes de uma espécie de macaco com 21 milhões de anos encontrados no Panamá demonstram a existência desse primata na América do Norte antes da união de todo o continente – informou o Smithsonian Tropical Research Institute (STRI), nesta quarta-feira.

Esses dentes “são a primeira evidência de um macaco na parte continental da América do Norte antes que o Istmo do Panamá se unisse à América do Sul há 3,5 milhões de anos”, afirma o STRI.

“Acreditava-se que os macacos estivessem restritos à América do Sul”, porque, antes do surgimento do Istmo, a América do Sul “era uma ilha continente sem conexão aparente com a América do Norte”, disse à AFP o cientista Aldo Rincón, do STRI.

De acordo com este Instituto, com sede no Panamá, os fósseis foram encontrados durante os trabalhos de escavação das obras de ampliação do Canal do Panamá.

A nova espécie de macaco foi batizada como “Panamacebus transitus“, em homenagem ao Panamá.

Segundo o principal autor do estudo, Jonathan Bloch, antes da descoberta dos dentes do animal, a evidência mais antiga da circulação de um mamífero do sul para o norte da América era de 8,5 a 9 milhões de anos, com os restos fósseis de preguiças gigantes.

Rincón informou que os primeiros animais chegaram ao Panamá há 21 milhões de anos, dos quais 99% são de origem norte-americana.

Segundo este cientista, os macacos podem ter chegado ao Panamá, partindo da América do Sul, em uma balsa de material vegetal, saltando de ilha em ilha, ou sendo arrastados por uma tempestade.

“A única forma de chegada que se pode rejeitar, sem piscar, é caminhando”, acrescentou Rincón. 

(Fonte: UOL)